Qui, 25 de fevereiro de 2016, 22:26

Turma da UFS/Lagarto realiza ação em escola municipal
Turma da UFS/Lagarto realiza ação em escola municipal
Turma 06, de Prática de Ensino na Comunidade
Turma 06, de Prática de Ensino na Comunidade
Professora Márcia Schott
Professora Márcia Schott
Kátia Cristina, diretora da Escola Municipal Eudálio de Lima
Kátia Cristina, diretora da Escola Municipal Eudálio de Lima
Katiana Araújo e Raquel Santos, estudantes da Escola Municipal
Katiana Araújo e Raquel Santos, estudantes da Escola Municipal
Filipe Miguel, aluno da turma de Prática de Ensino na Comunidade
Filipe Miguel, aluno da turma de Prática de Ensino na Comunidade
Estudantes da Eudálio de Lima: envolvimento contra o Aedes aegypti
Estudantes da Eudálio de Lima: envolvimento contra o Aedes aegypti


A mobilização de prevenção às doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti está acontecendo também nas escolas do ensino básico. Uma turma do módulo de Educação em Saúde do Campus de Lagarto, da Universidade Federal de Sergipe (UFS), foi convidada para orientar estudantes da Escola Municipal Eudálio de Lima no combate ao inseto. A ação aconteceu na tarde de ontem, quinta-feira (25), no pátio da escola, que fica localizada no povoado Colônia Treze, em Lagarto.


A ação foi desenvolvida como atividade da Prática de Ensino na Comunidade (PEC), um dos módulos de ensino do Campus de Lagarto, que tem como objetivo inserir os alunos na comunidade. A escola recebeu a turma 06 da PEC, com acompanhamento da professora Márcia Schott.


Localizada nos arredores da Colônia Treze, na Pista do Pau Grande, a Escola Eudálio de Lima recebe alunos de algumas comunidades que já perceberam os efeitos do Aedes aegypti. É o caso da estudante do 7º ano, Raquel Santos, que já contraiu chikungunya, uma das doenças transmitidas pelo mosquito. “Já peguei três vezes”, destaca.


Estudos indicam que a doença não é contraída mais de uma vez pelo paciente, mas que um dos seus sintomas, as dores articulares, se manifesta durante meses, em intervalos. Raquel entendeu que as três vezes em que “pegou” a doença, na verdade, foram a permanência desse sintoma – a enfermidade também causa febre. A estudante também entendeu que a única forma de prevenção é o combate ao Aedes aegypti. “É importante conscientizar a comunidade”, ressalta Raquel.


Já Katiana Araújo, também aluna do 7º ano, não contraiu nenhuma das doenças transmitidas pelo inseto. Mas já percebeu sua presença: familiares tiveram chikungunya e a própria garota detectou larvas do mosquito em sua casa, devido ao acúmulo de água parada, consequência de uma reforma na residência. Além de se preocupar com sua própria casa, Katiana também está atenta à comunidade. “Na casa do vizinho tinha muitos recipientes com água parada, então fui ajudá-lo a retirar essa água”, diz a estudante. “Então é preciso a união de todos, senão não tem como combater”, conclui.


O processo de conscientização proposto pela ação da turma da professora Márcia Schott está voltado exatamente para a compreensão do problema que envolve as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. “A dinâmica que adotamos faz parte do Planejamento e Programação Local em Saúde (PPLS), utilizado na PEC. Nesse planejamento, uma das etapas é construir uma ‘árvore’ do problema que está sendo discutido - neste caso, o problema é o mosquito Aedes. Então, nossos alunos vão discutir com os estudantes da escola as causas do problema, as consequências, e vão propor ações para combater o problema”, explica Márcia.


Filipe Miguel, um dos alunos da turma de PEC, enfatiza a importância da atividade. “Quando fazemos um curso na área da saúde – medicina, no meu caso -, achamos que nosso papel é tratar da doença”, pontua Filipe. “Mas nosso objetivo é principalmente trabalhar a prevenção, como forma de minimizar as causas da doença, cuidando do ser humano como um todo, não só da doença”, argumenta.


A turma de Márcia Schott atua na microárea de saúde da Colônia Treze, onde está localizada a Eudálio de Lima, que já vinha promovendo ações no combate ao mosquito. Então a diretora da escola, Kátia Cristina, e sua equipe resolveram envolver a turma da PEC da UFS de Lagarto na empreitada. “Nas proximidades da escola não foram detectados casos, mas na comunidade, sim; sobretudo a chikungunya”, alerta a diretora. “Então percebemos a necessidade de discutir com os alunos, e mobilizá-los para ação”, reforça Kátia.


Prática de Ensino na Comunidade


A Prática de Ensino na Comunidade (PEC) é um dos Módulos de Ensino do Campus Prof. Antônio Garcia Filho (UFS/Lagarto) e proporciona uma inserção dos alunos nos serviços de saúde desde o ingresso na universidade. No primeiro ano, a formação é conjunta com integração dos oito cursos: enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição, medicina, odontologia, terapia ocupacional. Na PEC a ênfase é a Atenção Primária à Saúde e por isso os alunos acompanham as atividades de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) das Equipes de Saúde da Família (ESF) distribuídas pelo território, zona urbana e rural do município. A metodologia ativa de ensino-aprendizagem principal é a problematização para compreensão da realidade e transformação social. São realizadas visitas nos domicílios, Rodas de Conversa com a comunidade e outras atividades como ações educativas junto às escolas locais.


Aedes aegypti


O Aedes aegypti, mosquito do gênero Aedes, é um importante vetor de doenças, principalmente a dengue, a chikungunya e a zika.


A dengue causa febre, dores no corpo – predominantemente musculares -, dores de cabeça e nos olhos, falta de ar, manchas na pele e indisposição. Em casos mais graves, a dengue pode provocar hemorragias, que, por sua vez, podem provocar a morte do paciente.


A chikungunya também causa febre e dores no corpo - concentrando-se principalmente nas articulações. Alguns sintomas da chikungunya duram em torno de duas semanas; todavia, as dores articulares podem permanecer por vários meses. Casos de morte são muito raros, mas a doença, em virtude da persistência da dor, afeta bastante a qualidade de vida do paciente.


Por fim, temos a febre zika, que é a doença que causa os sintomas mais leves e normalmente não leva à morte. No entanto, a doença parece estar associada ao alarmante aumento do número de casos de microcefalia no Brasil, situação em que os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal - o Ministério da Saúde vem adotando a medida padrão da Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 32 cm, para a triagem de bebês suspeitos da doença.


Marcilio Costa


Ascom UFS/Lagarto


comunica.lag@ufs.br



Atualizado em: Sex, 26 de fevereiro de 2016, 10:58
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