Alunos do primeiro ciclo do Campus Universitário Professor Antônio Garcia Filho, da UFS, em Lagarto, realizaram na manhã deste sábado,10, oficina de reciclagem na Unidade Municipal de Ensino Infantil Raimundo José de Carvalho, no bairro Campo da Vila, ao lado da sede do Tiro de Guerra, do Exército.
Os estudantes demonstraram aos moradores como fazer uma lixeira com pneus usados e como construir brinquedos a partir da utilização de garrafas de plástico. A oficina fez parte das atividades da Prática de Ensino na Comunidade I (PEC I), coordenada pela professora Rosiane Dantas Pacheco, do Departamento de Educação em Saúde.
Após a roda de conversa, parte do alunos realizaram a oficina de brinquedo e outra ficou responsável com a montagem da lixeira com pneus usados.
Negócio fácil de fazer
"Bom.Negócio fácil de fazer, simples e objetivo. Primeira vez. Nunca montei não", comentou seu José Dionísio de Carvalho,64, consertador de panela e de fogão, que participou da montagem da lixeira.
Ele considerou como boa a orientação dos alunos e disse que em casa mantém uma lixeira de tamanho alto que impede o acesso de animais. "Eu tenho o mais cuidado na minha casa é a lixeira. Lá em casa, na Rua 12, eu tenho uma lixeira alta e pego o balde, jogo dentro, pego bolsa (sacola), jogo dentro. Lá em casa, o negócio é organizado", assegurou. Em relação à rua onde reside, seu José disse que os vizinhos costumam colocar o lixo exatamente nos dias em que passa o carro de coleta.
"Bem interessante"
"Achei maravilhoso, bem interessante mesmo. Eu nunca tinha visto, Foi a primeira vez e adorei", contou a Dona Eliene Martins dos Santos, 37, lavradora. A senhora levou o neto Igor Samuel,3, para participar da montagem do brinquedo.
Dona Eliene revelou que na rua onde mora, não existia uma lixeira. "Já tem assim um cantinho que já botaram para isso, para botar lixo e não ideal né? Não é certo. Aí já joga nesse cantinho", disse. Feliz com a orientação dos alunos da UFS, agradeceu a explicação dos estudantes. "Ave, maravilhoso, gostei demais, perfeito. Que Deus abençoe a eles, muito bom", elogiou.
Na oficina de brinquedo, as crianças participaram da montagem do "vaivém" de garrafa PET. Para a confecção, os estudantes ensinaram as crianças a preparar o material, utilizando cordões, tinta guache, fita adesiva, tecido colorido.
A realização da atividade na Creche é ação oriunda de demanda da comunidade do Campo da Vila. No início do ano letivo, os alunos iniciaram a aproximação com os moradores em conversas, para conhecerem os sonhos e um dos objetvos foi a colocação de lixeiras no bairro. Característica do Método Bambu, aplicado para a atividade.
"No primeiro ano, a PEC tem como um dos objetivos principais a aproximação dos alunos com a comunidade. Então a gente começou o ano , conhecendo as famílias sobre as questões de saúde. o que é saúde, o que leva o sujeito a ficar a doente e aí a gente simula um planejamento participativo. Nesse ano, a gente trabalhou com o Método Bambu e ele trabalha com os sonhos.Um dos sonhos dessa comunidade é diminuir a quantidade de lixo na rua", explicou a professora da PEC, Rosiane Dantas Pacheco.
O Método Bambu surgiu em 2002 a partir do Projeto Municípios Saudáveis no Nordeste do Brasil, iniciativa do Núcleo de Saúde Pública e Desenvolvimento Social (NUSP), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e do Ministério da Saúde. A proposta do método é gerar priorização de ações, da quais definem-se planos locais para a promoção de saúde, estabelecendo o que é possível ser feito para melhorar o lugar onde as pessoas vivem.
O bambu é um material resiliente, contou a professora, e a ideia é "que se trabalhe com a comunidade e aí você define vários objetivos. Depois que você define os sonhos , aí define ações, aí define alguns objetivos. Esses objetivos vão sendo pactuados com o passar dos anos. Para o primeiro ano, realmente é uma simulação.A gente pensa em ações em curto prazo",acrescentou.
Segundo a docente, percebeu-se que seria estratégico fazer uma oficina de reciclagem para as crianças e construir algumas lixeiras para estar colocando em alguns pontos do bairro, informando à população que o lixo é um transmissor de vários tipos de doença.