A rinoplastia, também conhecida popularmente como “cirurgia de nariz”, na maioria das vezes realizada para fins estéticos, costuma ser acompanhada de sangramento e de um pós operatório difícil, com inchaços e manchas roxas sob olhos e pálpebras. Uma substância pode, no entanto, ajudar a reduzir esse sofrimento dos pacientes: o ácido tranexâmico, segundo o artigo “Preoperative Tranexamic Acid for Treatment of Bleeding, Edema, and Ecchymosis in Patients Undergoing Rhinoplasty”, publicado na revista JAMA (Journal of the American Medical Association), uma das maiores da área. O estudo foi realizado pelo docente do Departamento de Educação em Saúde Paulo Martins Filho e chefe do laboratório de Patologia Investigativa, com o aluno de Medicina Rafael Dantas, também do campus Lagarto, além de outros autores da UFS e externos. A pesquisa pode ser acessada aqui
A utilização do ácido deve ser feita cerca de uma hora antes da cirurgia, segundo o professor Paulo. “É um procedimento simples, com ingestão via oral, em comprimido. Antes, sempre se acreditou que a forma mais eficiente seria intravenosa, mas percebemos que não é exatamente assim, já que com o uso oral, a substância fica mais tempo circulando no organismo”, observa.
Segundo o docente, o caráter inovador da pesquisa está na utilização direcionada para a rinoplastia. “Já foram feitos estudos em outros tipos de cirurgia, como a oral. A novidade aqui é justamente a aplicação neste tipo específico de procedimento”, explica.
Além da qualidade de vida melhorada durante o período de recuperação, a utilização do ácido impacta também na aparência. “Se um paciente está buscando uma cirurgia por questões estéticas, ele não vai querer lidar com um pós-operatório ruim com impacto negativo em sua qualidade de vida”, pondera. Os principais desses danos são os edemas (inchaços) e os sangramentos no nariz e região.
O acadêmico Rafael, que também participa de iniciação científica com o professor Paulo, comemora sua primeira publicação internacional. “Na verdade, essa é a primeira publicação na vida. E é sempre bom saber que encontramos uma resposta tão interessante na revisão sistêmica, que é o método mais acurado e mais preciso que temos atualmente na pesquisa científica em saúde”, avalia.
Além de Paulo e Rafael, assinam o artigo dois alunos do Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde (Sara Vasconcellos e Mário Mendes), um aluno do Programa de Pós Graduação em Odontologia (Edmundo Marques) e o cirurgião plástico Marcel Menezes.
O professor Paulo Martins Filho soma 70 publicações internacionais em sua atuação na UFS, com artigos nas áreas de Medicina e Odontologia.