A saúde tem que ser vista como uma questão intersetorial, com ação de várias áreas. Pensando nisso, a professora Rosângela Machado, do Departamento de Educação em Saúde, acompanhada de cerca de 30 alunos do primeiro ciclo, apresentou a proposta de integração para representantes das Secretarias Municipais de as Secretarias Municipais de Assistência Social, Comunicação Social, Educação, Desenvolvimento Urbano e Ordem Pública, Ordem Pública e Defesa da Cidadania e Saúde, em reunião realizada na Unidade Básica de Saúde Josefa Barbosa dos Reis, no bairro Ademar de Carvalho.
É uma questão muito simples: nem todos os problemas de saúde vão ser resolvidos exclusivamente pela área de Saúde, é necessário fazer um esforço conjunto. Muitos fatores afetam a saúde de uma pessoa. Uma criança que vive numa área sem saneamento básico, por exemplo, vai sofrer mais com o que chamamos de doenças provocados pelos determinantes ambientais. Por exemplo, em como Pirassununga, no interior de São Paulo, que é uma das cidades com maior IDH do país, a taxa de internação hospitalar é de 1,9% por motivos de doenças parasitárias. Em Lagarto, esse índice é de 9,1%, bem próximo das doenças cardiovasculares que matam m média 10,5% da população mundial”, pontua a docente.
A iniciativa faz parte da tese de doutorado da professora, defendida em 2018. A docente também aponta para o aspecto econômico da prevenção em saúde. &ldquo: Cada R$ 1 que deixa de ser gasto na atenção básica [postos de saúde], é revertido em R$ 4 que tem que ser gastos na alta complexidade [cirurgias, UTIs). Então, uma gestão que investe em prevenção está não apenas promovendo uma melhoria na saúde, mas também contribuindo com a questão econômica”, observa.
No levantamento realizado pela professora Rosângela com moradores das comunidades, a falta de espaços de lazer apareceu em primeiro lugar na lista de problemas percebidos pela população. “Existe uma relação muito direto entre falta de lazer, aumento da criminalidade e adoecimento mental da população, que passa a cada vez mais usar remédios como válvula de escapa”, pontua.
A agente comunitária de saúde Elercy Santana, que também é moradora do bairro Ademar de Carvalho, reforça o pedido da comunidade. “Há um tempo estamos tentando a articulação de uma praça não apenas com brinquedos, mas também com equipamentos que permitam que os adultos pratiquem exercícios físicos, já que temos muitos hipertensos e diabéticos”, observa. Com sinalização positiva da Prefeitura, o projeto deve seguir numa parceria entre Universidade, gestão municipal e iniciativa privada. A docente e a equipe seguirão na discussão da questão com as Secretarias, com a próxima reunião marcada já para o começo de dezembro.
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