Qui, 07 de outubro de 2021, 12:25

Primeira egressa com deficiência visual do campus Lagarto reforça equipe de saúde de Campo do Brito
A terapeuta ocupacional vivenciou transformações na acessibilidade do campus
Simone concluiu o curso em 2017. Imagem: Acervo pessoal/Aragão Studio
Simone concluiu o curso em 2017. Imagem: Acervo pessoal/Aragão Studio

Simone Almeida, terapeuta ocupacional egressa do campus Lagarto, iniciou as atividades como discente em 2013, dois anos depois da inauguração da unidade de ensino. Ela explicou que foi realizado um trabalho de adaptação na universidade. "No primeiro ciclo, um servidor da Biblioteca lia para mim o conteúdo e enviava por áudios, mas percebemos que seria um processo muito cansativo para ele e para mim. Depois, passei a ter o apoio do transcritor do sistema braile José Nilson, o qual me possibilitou ter acesso aos arquivos em TXT e DOCX possibilitando os estudos com leitores de tela", pontua.

Simone sempre teve interesse pela área da saúde, mas, ao sair do ensino médio, não acreditou que haveria condições de aprovação e buscou outras áreas. Depois, perdeu a visão na gravidez e decidiu seguir seu sonho. "Escolhi Terapia Ocupacional por avaliar que, dentro da minha funcionalidade, seria o mais compatível", observa.

Simone atua há três anos na rede pública de saúde de sua cidade, Campo do Brito, a 30 km de Lagarto, em equipe multidisciplinar, com foco na saúde mental. Simone pretende continuar os estudos e fazer cursos específicos da área.

Quando Simone entrou na UFS, o campus Lagarto tinha apenas dois anos de atividade e ainda funcionava em sede provisória, no Colégio Polivalente, no centro da cidade. Na época, o espaço já contava com pistas com textura para pessoas com deficiência visual. Agora, já na sede definitiva, o campus aumentou seus recursos: além das pistas com textura, foi investido em rampas e estruturas adequadas para pessoas com deficiência física, mas a busca por mais acessibilidade segue de forma contínua.

A professora Lavinia Teixeira, do Departamento de Educação em Saúde, que tem se dedicado às pesquisas e projetos sobre pessoas com deficiência, avalia que as novas obras do campus vão possibilitar que a entrada na unidade de ensino seja feita de forma mais acessível. Lavinia destaca também que a Universidade possui três impressoras 3D (uma delas no campus Lagarto), que podem ser aliadas na inclusão de pessoas com deficiência visual.

Desde 2011, o campus recebeu 48 discentes com deficiência (sete destes com baixa visão ou cegueira). A docente destaca o ano de 2018 como um momento de chegada de muitos alunos com deficiência.

Ana Laura Farias

Campus Lagarto


Atualizado em: Qui, 07 de outubro de 2021, 12:44
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