As barreiras comunicacionais podem dificultar e, até mesmo, inviabilizar o acesso dos surdos à saúde. Pensando em reduzir essa situação e estimular os futuros profissionais de saúde a aprender e utilizar a Libras nos atendimentos, o professor de Libras do Departamento de Educação em Saúde, Almir Barbosa, realizou o aulão “Sinais da Saúde”. As palestras foram realizadas pelo professor Jackson da Cruz e pelo fonoaudiólogo Rafael Nascimento, nesta segunda-feira, na Bilag.
O docente Almir Barbosa explica que, em muitos casos, a barreira comunicacional é tão grande que o paciente deixa de buscar as unidades de saúde. “A maioria dos locais não tem intérprete de Libras. Quando a pessoa já sabe disso, ela pode deixar de ir por saber que não conseguirá estabelecer uma comunicação. A ausência desse diálogo pode inclusive colocar a pessoa surda em risco, pois, sem acompanhante, pode não conseguir transmitir suas necessidades e seu histórico de saúde. Por isso, a necessidade de um evento como esse, com o léxico específico da área”, observa. O professor lembra que muitos surdos não são proficientes na língua portuguesa, pela ausência de uma metodologia adequada, então a comunicação escrita pode não ser suficiente.
Quem já passou por essa experiência ao realizar atendimentos sabe bem o que o professor Almir relata. O discente Felipe Abud, do quarto ciclo do curso de Medicina, conta que decidiu realizar a disciplina de Libras ao perceber a dificuldade que passou ao atender um paciente surdo. “Nós ficamos totalmente dependentes da acompanhante dele e essa não é a melhor situação, pois não conseguimos fazer um diálogo direto com ele. Depois que passei por isso, decidi fazer a disciplina porque quero estar mais preparado nas próximas vezes”, pontua. No campus Lagarto, a disciplina de Libras é obrigatória no curso de Fonoaudiologia e optativa nos demais cursos.
Ana Laura Farias
Campus Lagarto