O primeiro mês do bebê pode ser decisivo para a detecção de questões de saúde. Dentre esses exames estão o Teste da Orelhinha e o Teste da Linguinha (Triagem Auditiva Neonatal). O Campus de Lagarto oferece esses serviços, gratuitamente, na Clínica Escola de Fonoaudiologia. Mães e pais podem entrar em contato por meio do telefone/WhatsApp (79) 36322128. O atendimento é realizado durante a semana (exceto segunda-feira), no Centro de Simulações e Práticas.
Realizar os exames no tempo adequado é fundamental para todos os bebês. O Teste da Linguinha é necessário para a verificar, de forma precoce, problemas no movimento da língua e Teste da Orelhinha (Triagem Auditiva Neonatal) permite rastrear comprometimentos auditivos e surdez. Nos dois casos, o diagnóstico é realizado por docentes de Fonoaudiologia do Campus de Lagarto.
A professora Mariane Comerlatto , responsável pela Triagem Auditiva Neonatal (Teste da Orelhinha), explica que a realização dos exames na UFS é benéfica para todos. "É bom para a Universidade que consegue capacitar os alunos (sempre sob nossa supervisão), que vão sair daqui como profissionais com experiência nesses protocolos. E também é bom para a população, já que ainda não temos muitos locais ofertando o serviço gratuitamente", pontua.
O Teste da Linguinha realizado no campus segue um único protocolo para todos os bebês. “Quando a língua não consegue se movimentar adequadamente por conta de alterações no frênulo, que é a situação conhecida como ‘língua presa’, é necessário encaminhar a criança para realizar a cirurgia”, explica a professora Natália Leite, responsável pelo Teste da Linguinha no campus.
Já o Teste da Orelhinha (Triagem Auditiva Neonatal) é realizado de forma diferenciada em bebês com e sem fatores de risco (por exemplo, prematuridade, icterícia, mãe com doenças virais durante a gestação, histórico de surdez na família). "Em bebê sem fatores de risco, os testes são feitos de uma forma. Caso seja um com fator de risco, o protocolo é outro, mas ambos são de rápida execução", observa a professora Mariane.
A docente explica que o modelo ideal para uma intervenção mais eficaz no caso de surdez é a adoção do protocolo 1-3-6, de acordo com comitê internacional da área: até um mês de vida para detecção da perda auditiva , até os três meses para confirmação do diagnóstico e até os seis meses do bebê para início da intervenção.
Ela destaca que um tratamento rápido aumenta as chances de sucesso, por causa da neuroplasticidade (período de desenvolvimento cognitivo da criança), mais sensível até os 3 anos e meio. "Quanto mais cedo a criança recebe o diagnóstico e passa por uma intervenção, como os dispositivos auditivos, maiores as chances de desenvolver a audição e a fala”, explica.
O Teste da Linguinha é obrigatório nas maternidades desde 2014, por meio da Lei 13002. No exame, são monitoradas questões como a espessura e tamanho do frênulo, a localização deste na língua e no assoalho da boca, assim como a postura da língua no momento do choro da criança.
"O exame é necessário porque nem sempre as alterações são verificadas pelos pais ou pelos profissionais que tiveram o primeiro contato com o bebê. Uma das causas da dificuldade na amamentação é o frênulo curto – e somente com a avaliação, tanto da língua quanto da amamentação, será possível confirmar a alteração do frênulo e relacioná-la ao desempenho do bebê na mamada. Outro aspecto que pode ser avaliado é a sucção da criança diretamente no seio materno”, pontua a docente Natália Leite, responsável pela realização do Teste da Linguinha.
Além da sucção, a "língua presa" pode comprometer a fala, deglutição, mastigação e respiração. A atenção deve ser redobrada em casos de histórico familiar. "De acordo com estudos científicos, se uma pessoa tem esta alteração, as chances de seus filhos também terem é alta ", completa a professora Natália.
Ana Laura Farias - Campus de Lagarto