A UFS recebeu os pesquisadores internacionais Tushar Garg (Stop TB, Suíca) e Jonathon Campbell (Universidade McGill, Canadá) para palestra sobre tuberculose. O encontro foi organizado pelo professor Victor Santos, do Departamento de Medicina do campus Lagarto, Programa de Pós Graduação em Ciências Aplicadas Saúde (PPGCAS) e do Programa de Ciências da Saúde (PPGCS). O evento foi realizado na última sexta-feira (27), no auditório da Biblioteca de Saúde do Hospital Universitário de Aracaju.
O evento contou com a participação do pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Lucindo Quintans. "Eventos como esse, ministrados em inglês, são uma ótima oportunidade para os pesquisadores. Além disso, contribui com a internacionalização do PPGCAS e PPGCS ", avalia. O encontro contou com a presença do coordenador do PPGCS, professor André Barreto.
Os pesquisadores atuam em parceria com o professor Victor Santos. “Nós trabalhamos as mesmas temáticas e também compartilhamos algumas experiências semelhantes na pesquisa”, pontua, explicando que, atualmente, o projeto dispõe de recursos como uma máquina de raio-x, utilizada em pacientes (com apoio de equipe de radiologia) para diagnóstico de tuberculose.
O pesquisador Tushar Garg destacou o uso das tecnologias e da inteligência artificial no diagnóstico da tuberculose. “Algumas coisas percebidas pela inteligência artificial são inaudíveis para os seres humanos, observa. Segundo o pesquisador, usar a IA pode ser estratégico para o monitoramento dos casos. “Infelizmente, atualmente, no mundo todo, ainda não se consegue testar todo mundo que deveria ser testado”, explica. O pesquisador da instituição suíça considera que estabelecer parcerias em outros países, como no Brasil, é essencial para o sucesso do projeto. “O próximo passo é sensibilizar os gestores e conversar sobre políticas públicas de saúde nesse sentido”, explica.
Já o pesquisador Jonathon Campbell abordou o retorno sobre investimento no tratamento preventivo de tuberculose. Segundo o estudioso, globalmente, cerca de 70% das pessoas diagnosticadas passam por tratamento, mas no Brasil, apenas 20% das pessoas que tiveram contato com pessoas contaminadas com tuberculose passam pelo tratamento preventivo. Outro grave problema ainda está no diagnóstico tardio. “Muitas pessoas já chegam para o tratamento muito debilitadas, com os pulmões já bastante comprometidos. De forma geral, pode-se dizer que existe um protocolo eficiente de tratamento de tuberculose hoje (e só começou na década de 1970, ainda é recente), mas quanto mais tarde o diagnóstico, menores as chances de sucesso. E as parcerias são fundamentais para entender a realidade de outros locais. Eu não poderia fazer isso da minha mesa lá no Canadá ”, explica.
Os recursos do projeto foram obtidos através da Escola de Medicina Tropical da Universidade de Liverpool (Inglaterra), que coordena o projeto Start 4 All- com atuação no Brasil, Bangladesh, Malaui , Quênia, Nigéria, Camarões e Vietnã.
Ana Laura Farias
Campus Lagarto