A Liga Acadêmica de Saúde Mental, Inclusão e Cidadania da População Quilombola e outras Comunidades Tradicionais (Lasmic) e o Ambulatório Psicossocial de Terapia Ocupacional promoveram o evento “Ciranda do Ser Criança Quilombola”, em celebração ao Dia da Consciência Negra, na Vivência no campus Lagarto, na última quinta-feira (14). A programação incluiu visita da Escola Municipal Pedro Batista Prata, do povoado quilombola Crioulo de Cima e apresentação de samba de coco e de roda da Associação Folclórica Lagartense, formada por remanescentes quilombolas.
A coordenadora da Lasmic, professora Rita Barcellos, do curso de Terapia Ocupacional, explica que a ação abrangeu os dois públicos. Os estudantes de Educação Infantil visitaram as instalações do campus, como a Bilag, e o Laboratório Morfofuncional. Esta é a terceira edição da visita da escola no campus Lagarto. A professora das crianças, Núbia Barbosa, acredita que a apresentação cultural remete à vivência quilombola. “Eu moro num quilombo, então vem muito à minha cabeça a memória da infância e de nossa ancestralidade. Tudo isso traz muita representatividade”, avalia.
A brincante e presidente da Associação, Dona Ione, acredita que a interação com a Universidade é uma maneira de expandir o trabalho realizado. “É uma forma de mostrar o reconhecimento das nossas tradições. Nós sempre somos muito bem recebidos na UFS, é bastante gratificante poder mostrar isso aqui em Lagarto”, comenta.
O presidente da Lasmic, o discente José Canoa, também do curso de Terapia Ocupacional, acredita que ações do tipo podem ter grande impacto na vida das pessoas. “Nossa liga trabalha o combate ao racismo como um aspecto importante da saúde mental, então trazer os alunos e fazer com que eles vejam outras possibilidades é muito importante”, observa. O estagiário do Ambulatório Psicossocial Diomarques Nunes destacou a importância da visita à Bilag. “No CEP [Comitê de Ética em Pesquisa], por exemplo, a gente levou as crianças e foi muito legal ouvir uma delas dizer que agora tem vontade de ser pesquisadora”, acrescenta.
Ana Laura Farias
Campus Lagarto