A cidade de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, chegou a níveis alarmantes de dengue, com 226 mil casos nas cinco primeiras semanas do ano, segundo dados do Ministério da Saúde. Com isso, a Força Nacional do Sistema Único de Saúde foi acionada e convocou a Força Estadual do Sistema Único de Saúde. Na equipe estadual, uma das integrantes é a enfermeira e discente do Mestrado Profissional em Saúde da Família (Profsaúde) do campus Lagarto Eunice Barreto, que passou duas semanas na cidade paulista. A equipe de Sergipe era formada por 25 integrantes, divididos em dois grupos.

Esta é a segunda missão nacional de saúde de Eunice. "A minha primeira foi nas enchentes do Rio Grande do Sul, no ano passado. Agora, além da minha experiência profissional de 19 anos na atenção básica de saúde, sinto que o fato de ser mestranda também me ajudou muito, pois fiquei responsável pela estratificação de risco, ou seja, classificar o risco de acordo com o estado de saúde e os sintomas de cada paciente. A nossa ida foi necessária porque o sistema de saúde da cidade, mesmo contando o público e o privado, não teria condições de atender um número tão grande de casos de dengue", observa. Segundo dados do Ministério da Saúde, o estado de São Paulo concentrou, nas cinco primeiras semanas do ano, 77% dos óbitos decorrentes de dengue do Brasil.

Eunice explica que a Força Nacional montou complexos de hidratação na estrutura de um grande galpão. Após o período mais crítico, a Força Nacional encerrou a missão e o cuidado passou a ser reassumido pelo sistema de saúde local. A missão nacional durou 45 dias, com cerca de 3.600 atendimentos registrados (contabilizando com a equipe de todo o País).

O docente Allan Dantas, coordenador do Profsaúde em Sergipe, acredita que o mestrado profissional aprimora a prática cotidiana dos discentes. "Nossos conteúdos de aula são voltados para a Saúde da Família e o Sistema Único de Saúde. É o caso de tópicos como gestão de cuidados, que inclusive abordamos agora no primeiro semestre do curso, e contribuem para a maior resolutividade das questões - o que beneficia não apenas o paciente atendido, mas também o sistema de saúde", explica. O Profsaúde é coordenado nacionalmente pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Segundo o coordenador da Força Estadual, Marcos Fonseca, há um limite de tempo que cada profissional pode passar em uma missão do tipo, que é deaté 15 dias para evitar sobrecarga de estresse.

A Força Estadual do SUS foi criada em 2023, com início das atividades em 2024, nas enchentes do Rio Grande do Sul. Sergipe foi o primeiro estado a criar uma força especializada em situações de emergência da saúde pública, segundo a Secretaria Estadual Saúde. "A ideia surgiu depois de algumas enchentes, como a da Bahia e do Rio de Janeiro. Eu já havia participado de algumas missões na Força Nacional do SUS anteriormente", relata Fonseca.

A Força Estadual tem, atualmente, 240 profissionais de saúde e segurança cadastrados. Interessados em integrar o banco de dados podem entrar em contato pelo e-mail 'forcaestadualdosus@gmail.com'.

Ana Laura Farias

Campus Lagarto