A Semana de Acolhimento (SALAG) marcou o início das atividades do ano letivo do campus Lagarto nesta segunda-feira (5). O evento é voltado para o acolhimento dos discentes calouros dos oito cursos do campus. É a primeira vez que o evento é realizado presencialmente no campus Lagarto, desde o início da pandemia de Covid-19.
A abertura contou com o reitor da UFS, professor Valter Santana, os pró-reitores Dilton Maynard (Graduação), Marcelo Mendes (Assuntos Estudantis), Sueli Pereira (Extensão), o diretor do campus Lagarto, Makson Oliveira, e o vice-diretor, André Barreto, além de chefes de departamentos e divisões do campus e a representante discente Lorena Melo, do curso de Medicina.
O reitor Valter Santana destacou o momento de retomada do campus. “Tenho certeza que cada um dos discentes sonhou com esse momento. É uma alegria poder receber nossos calouros de volta em um campus da Saúde, pensado de forma integrada, onde é possível aprender habilidades que vão além da sala de aula. Fazer isso de forma presencial marca uma retomada importante para a UFS e um caminho de transformação para a vida de cada um desses alunos e também do entorno e da comunidade”, explica.
O vice-reitor Rosalvo Ferreira também acredita que o momento é de integração. “Eles vão entrar em uma nova fase da vida, onde o ambiente acadêmico é uma oportunidade não apenas do tripé ensino-pesquisa-extensão, mas também de diálogo e convivência com as diferenças”, avalia.
O diretor do campus Lagarto, professor Makson Oliveira, considera que o acolhimento presencial é um diferencial. “É interessante ver o brilho do olho, o calor humano, que é realmente diferente de uma recepção virtual. Além disso, é um símbolo de um momento muito importante para os alunos, que chegam num campus com uma metodologia diferente do que estão acostumados no ensino médio, pois temos aqui as metodologias ativas, que trazem um protagonismo diferenciado para o aluno”, comenta.
O vice-diretor do campus, professor André Barreto, também acredita que as metodologias ativas são importantes não apenas durante a graduação, mas também durante a trajetória profissional. “É uma forma de fazer com que os discentes desenvolvam habilidades interpessoais de integração e comunicação, importantes no diálogo com pacientes e também dentro das equipes de saúde. Com uma visão humanizada, o profissional sabe que a saúde do paciente vai além da própria área de atuação”, observa.
As metodologias ativas também são assunto para quem está entrando no campus. Emily Débora Santos, moradora de Itabaiana, a cerca de 50 km de Lagarto, acredita que o momento é de muitos desafios. “É tudo muito novo para mim porque eu estava muito adaptada à escola e agora vai ser uma etapa nova e uma metodologia nova. Estou um pouco ansiosa, mas também estou muito feliz, acho que vai ser muito bom”, pontua a discente de Fonoaudiologia. Ela acredita que ter um campus perto de casa foi um facilitador para a entrada na vida universitária, pois pretende continuar morando com a família e fazendo o trajeto Itabaiana-Lagarto-Itabaiana diariamente.
As metodologias ativas e a localização em Sergipe também foram um fator de escolha para o discente Marcos Garcia, do curso de Medicina. Ele havia ingressado na Universidade do Vale do São Francisco (Univasf), em Petrolina (PE), mas decidiu vir para Lagarto. “Com a pandemia, eu me vi mais tempo estudando sozinho, com maior autonomia. Como eu sempre ficava pesquisando sobre as universidades, fiquei sabendo que aqui tinha a metodologia ativa e me interessei bastante. Além disso, eu ia estar bem mais perto da minha família, o que é importante para mim”, avalia. Natural de Belo Horizonte, Marcos e a família moram em Aracaju há mais de oito anos. Ele optou por morar em Lagarto durante a graduação.
Além das metodologias ativas, outro fator importante para o campus é a acessibilidade para a comunidade acadêmica. Nayomarks Fraga já está ansioso para o início das aulas do curso de Odontologia. “Quero muito contribuir com a pesquisa da área. Esse é um grande sonho para mim”, pontua. Deficiente auditivo, ele diz que um dos seus principais pontos da inclusão é diluir o preconceito. “As pessoas olham para mim, vêm meu aparelho e já pensam logo em limitações, isso infelizmente ainda existe demais. E o que eu espero mesmo é mostrar que posso contribuir muito dentro da Odontologia, que é a minha grande paixão”, pontua.
Natural de Lagarto, Adriele Santos já tinha uma história com o campus antes mesmo da graduação. Ela entrou no TALT (Técnica Aplicada Lavínia Teixeira) – inserir link-, em 2017. Ao entrar na universidade, percebeu as possibilidades que poderia encontrar e optou pelo curso e Nutrição, por causa da amplitude do campo de trabalho. “Eu sofri um acidente quando estava no ensino médio e já pensava no que ia fazer depois. Naquela época, o meu sonho mesmo era ser policial. Depois, larguei os estudos e estava sem saber o que ia fazer, sem conseguir visualizar nenhuma perspectiva. Quando entrei no TALT, tive o apoio da professora Lavínia e retomei o ensino médio. Depois, entrei num curso pré-universitário e hoje estou aqui”, pontua, acrescentando que o olhar da UFS para a acessibilidade, assim como a presença de um campus universitário em sua cidade de nascimento/moradia foram essenciais para seu ingresso no Ensino Superior.
A Semana de Acolhimento é organizada com apoio de outros setores e participação direta dos estudantes veteranos, nas comissões do evento. Uma delas é a discente Ritta Santana, do terceiro ciclo do curso de Medicina. “Eu entrei na UFS durante a pandemia, então minha semana de acolhimento foi virtual. Por isso que no ano seguinte [2021], eu já quis logo participar porque eu sabia como é essa sensação. E agora estou aqui participando de novo. No presencial, é bem mais fácil interagir e saber a reação das pessoas, o que numa Comissão como a de Comunicação, que eu participo, é essencial”, pontua.
À frente da organização, o coordenador-geral do evento, Vando Soares, e a coordenadora-adjunta, Lorena Santos, acreditam que o formato presencial é um grande diferencial da Semana de Acolhimento em 2022. “Ver cada uma dessas cadeiras sendo ocupada é a consolidação dos meses de planejamento. É um evento de todo o campus”, pontua. Esta é a quinta Semana de Acolhimento de Vando. Lorena está na segunda participação ativa da organização do evento e também percebe diferenciações. “O presencial envolve outras demandas. E tudo isso se soma ao acúmulo da experiência do campus, que vai tornando a Semana de Acolhimento um evento cada vez mais completo”, finaliza.
Ana Laura Farias
Campus Lagarto